quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

SILVINO NEVES


Silvino Neves Apresentando Seus 2 Programas no Sistema Verdes Mares de Comunicação O CLUBE DO BREGA.Todas as Sextas a partir das 19:45,pela TV DIÀRIO.E de segunda a sexta pela verdinha am a partir das 22:00 hrs.Confira e assista o que há de melhor da música brega de todos os tempos.Seguem os LINKS ABAIXO:TV DIARIO http://verdesmares.globo.com/tvdiario/stream/index.html VERDINHA AM: http://www.verdinha.com.br/

JOSÉ AUGUSTO





José Augusto nasceu no bairro de Santa Tereza,
no Rio de Janeiro. Filho único de uma enfermeira e do melhor sapateiro do bairro, Guto cresceu brincando na ladeira “Frei Orlando”.

Em meio às brincadeiras, já era possível notar a inclinação artística de José Augusto. Usando algumas latas como microfone ele passava o dia imitando grandes cantores.

Aos 8 anos José Augusto começou a estudar piano, harmonia e solfejo no conservatório nacional de música do Rio de Janeiro, em seguida seu pai logo percebeu que havia algum talento, e lhe comprou um piano, aos doze anos ganhou o primeiro violão e aprendeu a tocar o básico com ajuda de um amigo e assim começou a compor. As primeiras letras já demonstravam o estilo romântico que consagraria sua carreira.

Aos quatorze anos José Augusto participou do Festival de Música de Santa Teresa, foi quando recebeu o seu primeiro prêmio como melhor interprete do festival.

Batalhando por um espaço desde cedo, José Augusto seguiu fazendo testes em quase todas as gravadoras do Brasil sendo reprovado em todas, até que conseguiu uma nova chance na EMI com o produtor Renato Correia, integrante do grupo Golden Boys, tendo assim a oportunidade de cantar com a orquestra do Maestro Gaya, Renato Correia recomendou imediatamente sua contratação para gravação do seu primeiro álbum um “compacto-teste” em 1972, logo em seguida, José Augusto teve sua primeira composição gravada por um artista, Cauby Peixoto gravou a música “Meu filho”.

Em 1973 gravou o seu primeiro álbum oficial, com a música “De Que Vale Ter Tudo Na Vida” e “Eu Quero Apenas Carinho” Alcançou vendagem de um milhão de discos

FERNANDO MENDES


Luíz Fernando Mendes Ferreira, mais conhecido como Fernando Mendes, é um cantor e compositor brasileiro, nascido em 07 de maio, na cidade de Conselheiro Pena, Minas Gerais, onde desde cedo, na sua juventude, despontava a vocação artística e aos 15 anos de idade, quando recebeu de presente seu primeiro violão, solou pela primeira vez as notas musicais, que no futuro, se transformariam em melodias, letras, chegando às suas lindas canções conhecidas e executadas nas rádios de todo o Brasil e exterior.


Perfil

Nome: Luíz Fernando Mendes Ferreira
Nascimento: 07 de maio
Natural: Conselheiro Pena - MG
Passatempo: Televisão, ler, escrever
Prato: Frango com Quiabo
Bebida: Vinho
Cantor: Roberto Carlos
Cantora: Maria Bethânia
Times de futebol: Flamengo(RJ)/Sport(PE)
Animal de Estimação: Gosta muito de cavalo, cachorro e gato
Quando está só: Toca violão. Na fazenda, gosta de ver o gado e o rio perto da cozinha
Como se define: Caseiro e interiorano
Grande admiração: Jesus Cristo, Lula e Roberto carlos
Música preferida: "A Desconhecida", pela qual tem um carinho especial, por ser seu primeiro sucesso e que o consagrou como cantor e compositor
Aroma: Cheiro da chuva, do mato e da natureza
Comoção: Injustiça social. Crianças doentes no hospital, mulheres grávidas esperando em filas e pessoas mais doentes nos hospitais, sem atendimento
O que pensa dos fãs: Impossível viver sem eles
Sonho: Um mundo melhor
IN: O carinho dos fãs
OUT: O descaso do governo com a pirataria e a educação.


Trajetória de Sucesso Musical

O início da carreira, se deu a partir do momento, em que Fernando Mendes chegaria ao Rio de Janeiro, em 1971, para lançar e divulgar seu trabalho como cantor e compositor. Um amigo, o apresentou a um divulgador da EMI - ODEON, e logo foi contratado pela emissora. Apresentou-se pela primeira vez na TV, no Programa do Arnon de Andrade, onde na ocasião, conheceu Luíz Gonzaga. Fernando Mendes, com sua timidez, que encantou e conquistou os telespectadores, a platéia e o público brasileiro, foi homenageado no Programa do Chacrinha, que sempre o requisitava para apresentações constantes em seus programas e recebeu também Disco de Ouro no Programa do Bolinha.

“A Desconhecida”, música de sua autoria e gravada por ele em 1972, no seu lançamento, vendeu 400 mil compactos simples e 60 mil LPs, o consagrando em todo território nacional, como um cantor e compositor, campeão de sucesso das paradas musicais de todo o país, com sua música em 1º lugar em todas as rádios. Nessa mesma época, também gravou em espanhol, um LP com seus maiores sucessos para fora do Brasil. Seu próximo sucesso, veio no mesmo ano, com a gravação do seu primeiro LP, a música “Recordações”, que ao ser lançada, em apenas 3 meses, vendeu 100 mil discos. Logo em seguida, “estourava”, num compacto duplo, "Caminho Incerto”. Reconhecido como um dos mais talentosos cantores e compositores da MPB, Fernando Mendes, seguia interpretando suas próprias canções, que o consagraram no Brasil e no mundo.

Já conhecido como ídolo das massas populares e fazendo excursões, shows, por todo o país, em 1974, lança seu segundo LP, repetindo o mesmo êxito dos anteriores, com a música “Ontem, Hoje e Amanhã". Teve também, uma música censurada pela ditadura militar, chamada “Meu Pequeno Amigo”, que fazia referência ao "Caso Carlinhos"; um sequestro de grande repercussão na época, não elucidado até hoje e onde junto com a história do Fernando Mendes, é também citada no livro de Paulo César de Araújo, ”Eu Não Sou Cachorro Não”.

O auge de sua carreira, se deu em 1975, no lançamento do seu terceiro LP, quando viveu seus anos de ouro, lançando hits e destacando a música “Cadeira de Rodas”, com 250 mil LPs vendidos em poucos meses de execução nas rádios de todo o país; o que lhe rendeu discos de ouro e vários outros prêmios.

Em 1976, acontecia mais dois novos sucessos: “A Menina da Calçada” e “Sorte Tem Quem Acredita Nela”, que também foi tema da novela Duas Vidas, exibida pela Rede Globo de Televisão. Ainda no mesmo ano, Fernando Mendes, reuniu músicas da autoria de grandes nomes da MPB: Milton Nascimento, Caetano Veloso, Dorival Caymmi e Ednardo, em um pot-pourri, "Quero Andar Nas Minhas Pernas" e gravou também “Valsinha” de Chico Buarque de Hollanda e Vinicius de Moraes.

Em uma adaptação da música “Festa de Arromba”, de Roberto e Erasmo Carlos, em 1977, faz mais uma homenagem aos cantores da Jovem Guarda.

As músicas “Sádico Poeta” e "Eu Vim da Roça”, foram destaque, em 1978, na gravação do seu sexto LP “Fernando Mendes, que teve a participação especial, do Rei do Forró, o saudoso e inesquecível amigo, Luíz Gonzaga, que foi importante em sua carreira e que ao seu lado, tocou e cantou uma seleção de baiões, que ficaram na história da Música Popular Brasileira: “O Baião Collection”. Ainda, compôs pela EMI ODEON, músicas de sua própria autoria e em parceria com José Augusto, Carlos Colla, José Wilson, José Lima e outros.

Em 1979, foi a vez do sucesso com a música “Você Não Me Ensinou a Te Esquecer”, composta e lançada por Fernando Mendes, que recebeu o Status Cult, foi Prêmio da ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos) e Prêmio Villa Lobos, como disco mais vendido do ano. A música, fez parte também, da trilha sonora do filme “Lisbela e o Prisioneiro” e indicada para o Prêmio Latino em 2004. Pela Som Livre, foi lançada uma Coletânea, rendendo a Fernando Mendes, prestígio e reconhecimento ainda maior à sua carreira, embora, já sendo sucesso de público e vendas, como tema do filme. Dentre os cantores que gravaram “Você Não Me Ensinou a Te Esquecer”, podemos encontrar Caetano Veloso, Bruno e Marrone, Cristian e Half. Ainda, José Augusto e Marcos Maestro em espanhol, Paolo em italiano, Mastruz Com Leite em ritmo de forró e outros. A partir daí, mais e mais artistas se interessaram para gravarem suas músicas e assim também, "A Desconhecida”, voltou às paradas musicais de todo país, dessa vez, na voz do cantor Leonardo, numa nova "roupagem", trazendo toda a história de Fernando Mendes à tona.


Fernando Mendes, ícone do estilo, nos anos 70 e um dos artistas, ídolos românticos, mais expressivos da música popular brasileira.
Sucesso como cantor e compositor, desde a sua primeira música, até hoje, tem suas canções sendo lançadas em versões mais atuais. Reuniu seus maiores sucessos, em 1999, quando gravou seu único CD ao vivo, em ginásios e palcos do norte nordeste.


Em sua trajetória de sucesso musical, Fernando Mendes, fez e continua fazendo shows por todo o país e exterior, participando de vários programas de TV e rádios, compondo e se apresentando nos palcos do Brasil inteiro e prepara para seu público, um CD acústico, outro inédito de carreira e um DVD ao vivo. Trabalho feito com carinho e que certamente irá agradar a todos que acompanham sua arte e carreira.
Um DVD, que será sem dúvida, sucesso e um maravilhoso presente para todos os fãs que aguardam o esse grande dia.


O próximo projeto do Fernando Mendes, após trabalhar o DVD e o CD inédito de carreira, será um CD muito especial “Gospel” com músicas dele e regravações de alguns sucessos atuais: o “Meninas Gerais”, que é um CD com 13 meninas dos seus discos e uma regravação de “Menina da Ladeira", sucesso do João Só e o FM acróstico acústico, que certamente, será mais um grande sucesso de sua carreira. É só aguardar e conferir.

Saiba Mais
Fernando Mendes...
  • Como sempre preferiu cantar as coisas simples da vida, sensibilizou o povo brasileiro, quando se antecipou na campanha pela inclusão social, com uma música simples, porém dramática, "Cadeira de Rodas", de sua autoria e do seu amigo José Wilson.
  • Com 22 anos de idade, já era formado em Administração de Empresas.
  • Ouvia sempre sua mãe cantar "Prece ao Vento", o que o incentivou a gravar a canção.
  • Gosta de compôr suas músicas logo cedo, pela manhã.
  • Além de Roberto Carlos e Maria Bethânia, sempre gostou de ouvir Simone e o saudoso Luíz Gonzaga.
  • Enquanto aguardava a realização do sonho de possuir um violão, com uma ripa de madeira, encontrada no fundo do quintal, uma lata de óleo vazia e um fio de arame de varal, fabricou a sua maneira, uma viola de uma corda só, que o acompanhava quando cantava e esperava um dia ser um ídolo num palco iluminado.
  • Recebeu de presente de aniversário do seu pai, aos 15 anos, um violão, que foi para ele, uma vitória em sua vida.
  • Ainda menino, amava as guitarras, o iê-iê-iê e os conjuntos de rock.
  • Aos 16 anos, formou um conjunto de música jovem, com alguns amigos da rua onde morava e cantavam em bailes e festas da sua cidade natal.
  • Venceu o I Festival Estudantil de Música do Ginásio Gama e Souza, onde estudou, com a canção de sua autoria, um samba bossa-nova, "Canção Singela", quando também teve sua primeira oportunidade de mostrar seu talento como cantor e compositor.
  • Através de um amigo, quando chegou ao Rio de Janeiro, conseguiu um emprego como "cronner", na Boite Plaza. Cantava todas as noites músicas de outros cantores mas, aguardava o dia de mostrar suas próprias canções. Nessa mesma Boite, conheceu um locutor esportivo que o apresentou a um divulgador da gravadora EMI -ODEON, Miguel dos Fevers, que o contratou de imediato, após um teste.
  • Com o sucesso de "A Desconhecida", começou a concretizar seus sonhos: Comprou seu primeiro carro, um fusca 68 para aprender a dirigir, logo depois, um mais novo e um dodginho. Também, uma casa mais confortável para seus pais, com acomodações para as 10 pessoas da família.
  • Realizou mais um sonho de ajudar as crianças carentes, a exemplo de sua mãe, que sempre fez um excelente trabalho de ajuda às crianças mais necessitadas, em sua cidade Conselheiro Pena, chegando a criar várias delas.
  • Nas horas mais livres, sempre curtiu pescar, ler, escrever contos e a pintura; Inclusive já pintou muitos quadros.
  • Mantém sempre uma linguagem simples e direta em suas românticas canções.
  • Compôs a canção "Meu Amigo do Mar", em homenagem a seu primo e amigo de Vitória do Espírito Santo.
  • Foi aluno também da Escola Estadual Guilhermina Pena, em Conselheiro Pena - MG.
  • Pobre na infância, pôde continuar os estudos, graças a uma bolsa que ganhou, por ter feito a melhor redação entre seus colegas da aula de português, sobre a música "Construção".
  • Tem como uma de suas canções favoritas, "Valsinha", do Chico Buarque de Hollanda e Vinícius de Moraes", que também diz, ter tido o prazer de gravar.

WALDICK SORIANO


Eurípedes Waldick Soriano (Caetité, 13 de maio de 1933 — Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2008) foi um cantor e compositor brasileiro, ícone da música classificada como brega.

Biografia

Nascido na Bahia, filho de Manuel Sebastião Soriano, comerciante de ametistas no distrito de Brejinho das Ametistas, em sua cidade natal. Fato marcante de sua infância foi o abandono do lar pela mãe, a quem era muito apegado.

Em Caetité viveu sua juventude, sempre boêmia, até um incidente num clube local, que o fez buscar o destino fora da cidade. Desde muito novo era um inveterado namorador e aventureiro e, seguindo o caminho de muitos sertanejos, foi tentar a vida em São Paulo.

Antes de ingressar na carreira artística, trabalhou como lavrador, engraxate e garimpeiro. Apesar das dificuldades, conseguiu se tornar conhecido nos anos 50 com a música “Quem és tu?”.

Ele se destacava por suas canções sobre dor-de-cotovelo e seu visual revolucionário para a época: sempre usava roupas negras e óculos escuros.

Seu maior sucesso foi “Eu não sou cachorro não”, que foi regravada em inglês macarrônico por Falcão. Também se tornaram conhecidas outras músicas suas, tais como “Paixão de um homem”, “A carta”, “A dama de vermelho” e “Se eu morresse amanhã”.

O “fenômeno” Waldick

A posição quase marginal que o ritmo “cafona” ocupou mereceu uma análise mais acurada e científica, já na 5ª edição, pelo historiador e jornalista Paulo César de Araújo.

Intitulado “Eu não sou cachorro, não – Música popular cafona e ditadura militar” (Rio de Janeiro, Record, 2005), a obra traz, já em seu título, uma referência a este cantor e sua música de maior sucesso. Ali o autor contesta, de forma veemente, o papel de adesista ao regime de exceção implantado a ferro e fogo no Brasil pelos militares, por parte dos músicos “bregas”. Waldick, segundo ele, é um dos exemplos, tendo sua música “Tortura de Amor” censurada em 1974, quando foi por ele reeditada. Apesar de ser uma composição de 1962, o regime não tolerava que se falasse a palavra “tortura”…

A revista “Nossa História”, de dezembro de 2005, refere-se ao cantor como “o mais folclórico dos cafonas” (ano 3, nº26, ed. Vera Cruz).

Num dos programas do apresentador Jô Soares, o músico Ubirajara Penacho dos Reis – Bira – declarou que nos anos 60 tocava apenas os sucessos de Waldick.

Na sua cidade natal, Waldick sempre foi tratado com certo menosprezo. Aristocrática, Caetité mantinha apenas nas camadas mais populares uma fiel admiração. Ali teve dois de seus filhos, gêmeos, de forma quase despercebida, em 1966. Em meados da década de 90, porém, a cidade teve num político o resgate do filho ilustre. O vereador Edilson Batista protagonizou uma grande homenagem, que nomeou uma das principais avenidas com o nome de Waldick. Pouco tempo depois, o SBT realizava ali um documentário, encenado por moradores locais, retratando a juventude de Waldick, sua paixão pela professora Zilmar Moura, a mudança para o sul.

Sílvio Santos aliás, protagonizou com Waldick uma das mais inusitadas cenas da televisão brasileira: no abraço que deram, foram perdendo o equilíbrio até ambos caírem, abraçados, no chão. Ali, então, simularam um affair, provocando hilaridade.

Por tudo isto, Waldick Soriano faz-se símbolo, no Brasil inteiro, de um estilo, de uma classe social, e da sua manifestação cultural, pulsante e criativa.

Doença

Waldick teve diagnosticado um câncer de próstata em 2006. Em 2 de julho de 2008 foi divulgado que seu estado de saúde era grave, pois já ocorrera metástase da doença. Veio a falecer em 4 de setembro no Instituto Nacional do Câncer (INCA), em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro.

EVALDO BRAGA-O Ídolo Negro


O cantor e compositor Evaldo Braga viveu apenas vinte e cinco, pois sua estada nesse planeta foi interrompida bruscamente num acidente na noite de 31 de janeiro de 1973, na antiga rodovia BR 3 – Rio – Belo Horizonte, numa mortífera batida do automóvel que dirigia contra um caminhão.
No quarto de século em que viveu, o cantor percorreu uma trajetória bastante peculiar, marcada pela tragédia pessoal e pela aclamação popular. Conviveu de forma intensa com a tristeza e a alegria, a sarjeta e a glória, tudo percorrido na velocidade de um cometa.
Evaldo passou a infância no antigo SAM – Serviço de Amparo ao Menor, depois de ter sido encontrado numa lata de lixo, abandonado que fora por sua mãe, ao que consta uma prostituta, logo ao nascer. Cresceu com essa marca e muito sofreu ao saber de sua história, procurando uma maneira de superá-la através do trabalho, da arte e por fim, da bebida.
Passados os dias de infância no SAM, o jovem negro, assim como tantos outros lá internados naqueles tempos, saiu a procurar uma maneira de ganhar a vida, e também como tantos outros jovens negros como ele pelas cidades brasileiras, passou a trabalhar como engraxate.
Passava os dias engraxando sapatos na Rua Mayrink Veiga, perto da famosa Praça Mauá, rua onde ficava a não menos famosa Rádio Mayrink Veiga e ali acabou por fazer contato com os artistas daquela Rádio e pouco a pouco foi acalentando o desejo de se tornar cantor.
Foi quando conheceu o produtor e compositor Osmar Navarro, que gostou de sua voz e da maneira dele pronunciar bem cada palavra e o apresentou ao produtor Jairo Pires da gravadora Polydor, que andava procurando um cantor que fizesse frente à Nilton César contratado de outra gravadora.
Evaldo Braga lançou seu primeiro disco em 1971, e logo se tornou um sucesso com a música “A cruz que carrego”, de autoria de Isaías Souza, com uma carga dramática e autobiográfica incrível em versos como “Sinto a cruz que carrego bastante pesada, já não existe esperança no amor que morreu/a solidão e amargura/sempre me marcaram” que imediatamente podem ser remetidos a todo seu drama. O fato é que essa composição caiu logo no gosto popular e mesmo que a crítica especializada da época não desse muita importância a ele, nem ao menos se dando ao trabalho de avaliar seus dotes vocais e muito menos querendo travar qualquer contato com as músicas que cantava, seu sucesso aumentou, e em 1972, ele lançou “O ídolo negro – volume 2”
Esse seu segundo LP que contou com os arranjos dos maestros Waltel Branco e Perucci apresentou novamente uma ambigüidade temática que tanto podia levar a ilações quanto a um relacionamento amoroso desfeito, logicamente a interpretação mais imediata, como remeter também a sua biografia e ao abandono sofrido na infância.
O maior exemplo disso é “Eu não sou lixo”, parceria sua com Pantera, e que remete diretamente ao seu drama a começar pelo título e por versos como “Eu não sou lixo pra você querer me enrolar/Eu não sou lixo pra você fora jogar meu bem”, que imediatamente podem ser associados ao que a mãe fez com ele. Outras composições desse disco também podem ser utilizadas como uma autobiografia musical senão em suas totalidades, pelo menos em títulos ou frases.
É esse o caso de “Esconda o pranto num sorriso”, de Jacy Inspiração e Marcos Lourenço que diz “Vou pela rua desta vida/E já nem sei/pra onde vou/pra ponde vou/Talvez na curva do destino/Alguém me dê o que você negou”. Ou então de “Não vou chorar”, de sua autoria e Hailton Ferreira que diz: “Pouco me importa que tu voltes novamente/Faz tanto tempo que até me acostumei/Sem teu carinho”, ou então “Tudo fizeram pra me derrotar”, de sua autoria e Izaias Souza, na qual ele canta: “Tudo fizeram pra me derrotar/Não conseguiram ao menos lembrar/Que sem parentes e sem um amor minha sorte vou chorar/Eu já não faço questão de viver/Sem seu amor faço apenas morrer/ (..) Eu sei tudo isso é passado mas nem magoado eu te esqueceria”.
Essas músicas, embora aparentemente remetam a paixão a uma mulher cujo amor se perdeu, lembram imediatamente também o abandono sofrido na infância pelo cantor, cujo trauma nem mesmo o sucesso no mundo artístico, uma verdadeira façanha para alguém com sua história de vida, foi capaz de apagar.
Evaldo Braga faleceu com apenas dois discos gravados. Um terceiro foi lançado no ano de sua morte, mas era na realidade, uma coletânea. Trinta e cinco anos depois de seu falecimento, a música popular brasileira passou por transformações avassaladoras, algumas das quais já se processavam quando de sua morte. Com isso teria ele caído no esquecimento? Não, pelo contrário, seu mito manteve-se vivo na memória popular mesmo que nenhuma estação de televisão se dê ao trabalho de apresentar qualquer especial sobre sua vida e carreira. Em condições normais, ele teria caído no famoso “limbo do esquecimento”, mas, no entanto, mesmo depois de 35 anos, seu túmulo é visitado por romarias de fãs no dia de finados, seus discos continuam a ser adquiridos e podem ser encontrados com facilidade nos locais que cultuam a chamada música brega.
Em levantamento recente feito no site dicionariompb.com.br chegou-se a conclusão que seu nome era o mais pesquisado entre todos os quase sete mil verbetes ali catalogados.
Como explicar esse fenômeno de um artista que a crítica esqueceu como apenas mais um representante da música brega, que para muitos cultores da chamada MPB com letras maiúsculas e garrafais, nem ao menos mereceria uma nota de roda-pé? Talvez essa explicação ou busca de compreensão não passe apenas pela análise formal de suas gravações, seja daquelas músicas compostas por ele ou daquelas que outros para ele compuseram, mesmo que elas falem muito, por um lado, dele mesmo, numa talvez involuntária autobiografia musical, ou sirvam como trilha sonoro de amores baratos e desfeitos na permanente solidão das cidades. Por mais que se buscasse dissecá-las musicalmente nota por nota, ainda assim, haveria quem lhes negasse maior valor exatamente pelo que elas têm de mais valoroso, o gosto e a dicção popular, que muitos até por preconceito logo identificam com som de cabarés. Embora seja certo que o que parece um insulto é na verdade a constatação do quanto as músicas por ele compostas ou gravadas estão entranhadas na musicalidade e na alma popular, e tocam sim nos cabarés onde o amor custa pouco (ou muito dependendo do ponto de vista) e a humanidade exercita de forma explicita suas emoções da maneira mais exacerbada possível.
E não é isso exatamente o que a música braga-romântica faz? Exacerba os sentimentos e lhes dá uma vestimenta que condiz com a alma desbragada de nosso povo, por mais que dizer isso possa parecer tatear no espaço vazio. O fato é que esse derramamento que os intelectuais e membros da elite execram, o povo abraça, e o mais é motivo de discussão, mas que não pode levar a conclusões definitivas sobre o melhor e o pior.
Seja como for, 35 anos depois de sua morte, Evaldo Braga é mais e mais um enigma como pessoa, como artista e como representante artístico dessa face dita bastarda da música popular, execrada e desqualificada pela maioria dos críticos, que é a música brega.
No entanto, a questão aqui não é exatamente discutir o lugar da música brega na música popular brasileira, mas sim, chamar a atenção para o “Ídolo negro”, Evaldo Braga, mesmo sem chegar a conclusões sobre ele e seu sucesso, mas muito mais para homenageá-lo e lançar um pouco de luz sobre esse raro cantor negro cuja carreira, que tinha tudo para ser das mais brilhantes da música popular, foi bruscamente cortada por um golpe da sorte numa curva qualquer de uma estrada brasileira.